"A terra geme com a agonia gerada pelo Aquecimento Global"

terça-feira, 29 de junho de 2010

Nos meses de abril e maio de 2010 a Amazônia sofreu um déficit de 161 km² de floresta

O desmatamento na Amazônia teve uma redução significativa nos meses de abril e maio de 2010, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em abril deste ano, o desmatamento atingiu 65 km² (queda de 47% em relação a abril de 2009) e, em maio, somou 96 km² (redução de 39% em relação a maio de 2009). Esses dados foram registrados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que tem a nobre missão de promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia brasileira por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla de informações e formação profissional.

Em abril de 2010, o desmatamento ocorreu principalmente no Estado de Mato Grosso (59%), seguido de Pará (23%) e Rondônia (10%).  O restante da devastação ocorreu no Amazonas (6%) e no Acre (2%).  Já em maio, o desmatamento foi maior no Amazonas (33%) seguido de Mato Grosso (26%), Rondônia (22%), Pará (17%) e Acre, com apenas 2%.

A maior parte da devastação aconteceu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, em ambos os meses.  Porém, os dados podem estar subestimados, já que a cobertura de nuvens no período só possibilitou o monitoramento de 45% da Amazônia, em abril, e de 50% em maio.

O Imazon também divulgou os dados do desmatamento acumulado de agosto de 2009 a maio de 2010 (oito primeiros meses do atual calendário de desmatamento).  Nesse período, foram desmatados 1.161 km² de floresta, ou seja, houve um aumento de 7% na derrubada de árvores, em comparação com o período anterior (agosto de 2008 a maio de 2009), quando a devastação foi de 1.084 km².

Os dados do Imazon haviam revelado um crescimento de 24% do desmatamento acumulado 2009/2010 em relação ao observado no período anterior.  Porém, a redução expressiva da devastação nos últimos dois meses, fez com que a ascensão do desmatamento acumulado caísse para 7%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Essa redução, Caro Leitor, sinaliza que a política ambiental ora praticada pelos nossos governantes caminha na direção certa. Todavia, jamais poderemos esquecer que muito nesse sentido ainda precisa ser feito.

Brasil pode crescer reduzindo 37% das emissões dos gases do efeito estufa

Sem que haja comprometimento do crescimento econômico e da geração de empregos, o Brasil pode sim reduzir as emissões dos gases do efeito estufa em até 37, entre 2010 e 2030.  Essa façanha é resultado de um relatório divulgado pelo Banco Mundial na quinta-feira (17).
Segundo o relatório do Banco Mundial, para que isto acontecesse seria necessário investir cerca de US$ 20 bilhões a mais por ano na implantação de políticas voltadas para um cenário de baixo carbono. Isto somaria no período considerado US$ 725 bilhões computando, para tanto,  as ações já adotadas pelo governo. Para se ter uma idéia do tamanho dessa proeza, de acordo com Relatório, a redução equivaleria à retirada de circulação de todos os carros do mundo por três anos.
De acordo com o Relatório essa dinheirama viria do setor privado beneficiados com os louros oriundos da redução dos gases estufa, em alguns casos do setor público, mas, sobretudo, dos países industrializados, uma vez que não é imperioso que os países em desenvolvimento sigam  o mesmo caminho que eles percorreram ao longo dos anos, para atingirem o atual  patamar de desenvolvimento.
O estudo destaca entre outras iniciativas as ações que efetivamente podem contribuir para a preservação ambiental, como a redução de congestionamentos no transporte, o melhor manejo de resíduos urbanos, o aumento da produtividade da pecuária e a conservação de florestas. É bem verdade que nos últimos quatro anos houve um significativo declínio do desmatamento, particularmente na Amazônia Brasileira. Todavia, as mazelas geradas por esse feito, ainda preocupante em algumas regiões do país, continuam sendo a maior fonte das emissões de carbono, representando aproximadamente dois quintos das emissões nacionais brutas.
Mesmo diante do cenário atual, o Banco Mundial estima que o desmatamento possa ser reduzido em até 68% em 2030. Essa redução chegaria a 90% na região da Mata Atlântica; na Amazônia e no Cerrado, seria respectivamente de 68% e 64%.
As estimativas para que haja eficientemente a mitigação da emissão dos gases estufa no Brasil, reveladas pelo relatório do Banco Mundial, são tão surpreendentes que deixam países vizinhos, em parecida condição, com inveja. Contudo, para que este sonho se concretize, é imprescindível Caro Leitor, que haja a devida conscientização, por parte das lideranças das maiores economias mundiais, sobre a importância dos biomas brasileiros para o planeta. E, além disso, que haja por parte dos nossos representantes, em todos os níveis de governo, a elaboração de programas que fomentem as ideias constantes nas ações reveladas pelo relatório do Banco Mundial apresentadas nesta matéria.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A terra geme com a agonia gerada pelo Aquecimento Global

Desde que surgiu a polêmica sobre o efeito estufa, vários foram os estudos desenvolvidos para que os cientistas tentassem compreendê-lo. Para a comunidade científica, não há mais dúvidas de que os riscos são reais e que as predições do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que assessora a ONU nesse tema, são sólidas.
O efeito estufa é um processo que ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, o calor fica retido, não sendo, portanto, libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância, pois sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido, e assim, garantir a manutenção da vida.
O aumento dos gases estufa na atmosfera (gás carbônico,  metano e óxido nitroso), tem potencializado esse fenômeno natural, causando um aumento significativo na temperatura do planeta. Esse desequilíbrio energético dá origem ao fenômeno conhecido como aquecimento global. O IPCC afirma categoricamente que a maior parte desse aquecimento, observado durante os últimos 50 anos, se deve   ao aumento dos gases que geram o efeito estufa.
Segundo relatório de pesquisas dos cientistas do IPCC o mundo enfrentará as mazelas geradas pelo aumento de temperatura no planeta. Há previsão de a temperatura subir de 1,8ºC a 4ºC até 2100. Como consequência os furacões e ciclones terão mais força; as áreas de seca devem se expandir;  haverá ondas de calor mais intensas, gerando, por conseguinte, mais inundações; o nível do mar aumentará entre 20 e 60 centímetros, sem levar em conta os efeitos prováveis do degelo dos pólos e, para agravar ainda mais a situação, o referido relatório garante que a metade de todas as espécies animais estarão sob risco de extinção.
O possível impacto do aquecimento global no Brasil previsto por pesquisadores brasileiros do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)  apontam que nos próximos anos, as regiões Sul e Sudeste vão sofrer com chuvas e inundações cada vez mais frequentes; a floresta Amazônica pode perder 30% da vegetação, por causa de um aumento na temperatura que vai de 3ºC a 5,3ºC até 2100; no Nordeste, até o fim do século, a variação deve ficar entre 2ºC e 4ºC; o  nível do mar deve subir 0,5 metro nas próximas décadas e 42 milhões de pessoas podem ser afetadas.
Infelizmente, num período  de dois anos o Brasil entrou para a lista dos países que mais poluem o meio ambiente, com emissão de gases na atmosfera. Na sequência da destruição encontram-se em ordem ascendente: EUA, China, Rússia,  Brasil, Japão,  Índia, Alemanha, Reino Unido, Canadá e  Itália.
Os motivos, caros leitores, são os mesmos que já conhecemos: o desmatamento, as queimadas e a destruição do meio ambiente. Essas atitudes irresponsáveis praticadas pelo homem geram a extinção dos biomas, ecossistemas, biodiversidades, áreas de proteção ambiental e áreas de proteção permanente.
O planeta geme. Vamos nos organizar para mitigar essa agonia. A hora é essa. Se cada um fizer a sua parte, já é um bom princípio. Pense nisto! 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Falta de água potável no mundo será o entrave deste século

O Brasil desponta no mundo  como o primeiro país em disponibilidade de água doce. Todavia, a poluição aliada ao uso inadequado compromete esse recurso em várias regiões do País.
Atualmente, o índice per capita é de 200 litros de água/dia em determinadas regiões do Brasil, ou duas vezes mais do que o observado em Portugal, Bélgica, Alemanha e Republica Tcheca, que são apontados negativamente pelo mundo, pelo uso irresponsável desse recurso.
Na última década a quantidade de água distribuída aos brasileiros cresceu 30%, mas o desperdício é assustador.  Ainda desperdiça-se  45% de toda a água ofertada pelos sistemas de fornecimento.
Segundo especialistas em uso racional de água doce, o Brasil precisa alcançar um padrão sustentável de consumo desse bem imprescindível para a sobrevivência das espécies.  Com certeza, neste século, o desconforto existente entre muitos países  que detém  os louros gerados  pelos derivados do petróleo, não sobreviverá à escassez da água nos cinco continentes. Estudiosos preveem que em breve a água será a causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África.
A água disponível no território brasileiro é suficiente para as necessidades do País, apesar da degradação. Entretanto, seria necessário mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Por exemplo, 90% das atividades modernas poderiam ser realizadas com água de reuso. Além de diminuir a pressão sobre a demanda, o custo dessa água é pelo menos 50% menor do que o preço da água fornecida pelas companhias de saneamento, porque não precisa passar por tratamento.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ganhos proporcionados pela Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação na Amazônia estão ameaçados pelas queimadas

Artigo divulgado pela revista Science nesta sexta-feira (04/06), revelou que o número de queimadas na Floresta Amazônica aumentou em 59%, particularmente nas áreas com baixos índices de desmatamento. Essas conclusões são oriundas de um estudo realizado pela universidade britânica de Exeter.
Para alcançar os resultados divulgados nesse Artigo, os cientistas fizeram os cruzamentos dos dados gerados pelo desmatamento na Amazônia com o mapa das queimadas detectado por satélite. Segundo os estudiosos daquele Centro Universitário, as técnicas tradicionalmente usadas na agricultura amazônica são as grandes culpadas pelo acréscimo do referido percentual , uma vez  que provocam queimadas em ciclos de três a cinco anos.
Diante dos resultados apontados pelo estudo em questão, os pesquisadores afirmaram que os ganhos com projetos Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), possivelmente estão sendo anulados. Isto ocorre porque o governo federal não faz o monitoramento das emissões de gás carbônico, resultantes dos incêndios em porções de florestas, situadas ao redor e às margens da mata nem  da destruição de áreas em recuperação.
Enfim, o estudo chegou à conclusão que o uso de queimadas na agricultura precisa ser administrado de maneira sustentável. Só assim os programas de Redd podem alcançar o efeito desejado sobre a redução das emissões de gás carbônico na região.
Sinto-me na obrigação de  lembrar ao prezado leitor, que o termo Redd (tratado no 3º parágrafo desta matéria) surgiu em 2007, na COP-13, em Bali, na Indonésia. Foi quando se reconheceu o papel das florestas como fundamental para os esforços no combate aos efeitos das mudanças climáticas. Atualmente, o termo usado nas negociações de clima é Redd+ (ou Redd plus) e remete a um conjunto de medidas que possa ser adotado por países em desenvolvimento - o que inclui reduzir o desmatamento e fortalecer a conservação florestal.
Há, entretanto, quem defenda que Redd seja integrado ao mercado de venda de créditos de carbono, o que o Brasil discorda. Mas as regras para esse mecanismo não foram criadas ainda.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Animais estão ameaçados de extinção no Golfo do México

As costas do Golfo do México e os pântanos endêmicos daquela região são redutos de reprodução de muitos animais. Os camarões pequenos, por exemplo, amadurecem nessas áreas  e depois migram para o oceano, para servir como alimento imprescindível para o perfeito funcionamento da cadeia alimentar marinha.
Com a tragédia provocada pela explosão da torre de perfuração da British Petroleum (BP), no dia 20 de abril passado no Golfo do México, toda a cadeia alimentar daquela região será afetada, se em três ou quatro anos não houver camarões adultos para emigrar e, por conseguinte,  suprir a demanda requerida pela fauna  marítima.
Segundo Cientistas experientes nesse tipo de desastre ecológico, as consequências provocadas  pelo derramamento de petróleo oriundo do afundamento da plataforma são cumulativas. Atualmente, existe um impacto imediato no sistema, mas a mortalidade é relativamente pequena em comparação com os efeitos futuros, que infelizmente não se pode precisar.
A tragédia não pára por aí. Ainda não há sinais de que seja possível controlar o vazamento de óleo no curto prazo. A corrente marítima já está depositando animais na costa do Estado norte-americano da Geórgia. Segundo o Centro Biológico da Diversidade (CBD) dos Estados Unidos, várias espécies de animais do Golfo do México estão em risco de extinção. Entre eles se encontram: o atum azul, as tartarugas oliva e de couro, a baleia cachalote e algumas aves como o batuíra melodiosa e o esturjão.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Desmatamento diário na Amazônia é superior a área a ser alagada pela hidrelétrica Belo Monte

O professor Ivan de Toledo Camargo da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB),  afirmou nesta quinta-feira (27), em debate promovido pela UnB realizado durante o 27º Fórum Brasil Europa, que o desmatamento realizado em apenas um dia na Amazônia é superior ao total da área a ser alagada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Para se ter uma ideia,  enquanto a hidrelétrica  Belo Monte alagará uma área de 516 km2,  é registrado todo dia, cerca de 500 km2 a menos de florestas na Amazônia. As dimensões são muito próximas. Porém,  a diferença está nos benefícios que essa hidrelétrica trará para os brasileiros. Segundo o Professor Camargo, ao contrário dos males causados pelo desmatamento, esse empreendimento  garantirá boa parte da energia a ser consumida no país. 
Diante do cenário energético ora desenvolvido no Brasil o professor Camargo sugere que se aproveite o bagaço de cana-de-açúcar nos sistemas complementares de geração de energia. Acrescentou: “O Brasil possui 9 milhões de hectares dedicados a plantações de cana-de-açúcar. Em 2020 serão 12 milhões. Registro com isto que o Brasil tem  condições de usar o bagaço da cana, que atualmente tem apenas 10% de aproveitamento, para gerar muita energia a partir da biomassa oriunda da moagem".