O aumento da quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera tem feito com que as árvores “economizem” água durante o processo de fotossíntese. Pesquisadores da Universidade de Harvard e do Serviço Florestal dos Estados Unidos descobriram que, nas últimas duas décadas, na medida em que aumentou a concentração de CO2 no meio ambiente, diminuiu a liberação de vapor d’água pelas árvores.
O achado, publicado na revista
“Nature”, é baseado em dados de 21 torres de fluxo distribuídas pelas florestas
temperadas e boreais do norte dos Estados Unidos. As torres mediram o fluxo de
vapor d’água, de CO2, além de variáveis meteorológicas.
As plantas retiram CO2 da atmosfera
durante o processo de fotossíntese. Esse processo é acompanhado pela perda de
vapor d’água das folhas. No universo pesquisado foi constatado que houve um aumento da eficiência
do uso de água, ou seja, as plantas conseguiram perder menos água durante a
fotossíntese.
Os cientistas afirmam que,
provavelmente, o aumento do CO2 levou ao fechamento parcial dos
estômatos, pequenos poros na superfície das folhas que regulam as trocas de
gases para manter uma concentração constante de CO2 dentro da folha,
mesmo quando há aumento de CO2 na atmosfera.
Os resultados sugerem, segundo a
pesquisa, uma mudança na economia baseada em água e carbono da vegetação
terrestre, o que pode levar a uma reavaliação do papel dos estômatos na
regulação das interações entre florestas e mudanças climáticas.
A concentração de CO2 na atmosfera
está cada vez maior. Em maio deste ano,
atingiu 400 partes por milhão, 43% acima da concentração pré-industrial, de 280
partes por milhão.
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